Quando era miúdo corri e brinquei pelos campos como qualquer criança; apanhei amoras silvestres e o meu País era do tamanho da minha aldeia. Mas ninguém melhor que o poeta Eugénio de Andrade – já falecido – para associar as amoras bravas ao sabor do verão, à brancura dos muros e à dimensão da nossa Terra...
As Amoras
O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
Eugénio de Andrade ("O Outro Nome da Terra")
segunda-feira, 13 de julho de 2009
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