quinta-feira, 4 de março de 2010

A Crise, a política e os ídolos


Costuma-se dizer que um mal nunca vem só… A crise económica e financeira que nos veio bater à porta, infelizmente, não é novidade para ninguém. Tudo o que se passa “lá fora” de mal, o nosso País não escapa! Mesmo assim, nunca somos os piores… A prova está no número crescente de desempregados e toda a sequência de dificuldades geradas à sua volta. Para os políticos profissionais a resposta é simples: os governantes dizem que o problema é da crise internacional, a qual era impossível Portugal alhear-se. A oposição contradiz e argumenta que apesar da crise internacional o maior culpado é o Governo. A juntar à crise económica surgiram uma sucessão de crises internas, algumas já antigas, como a crise política e dos políticos, da justiça - na minha opinião a mais grave de todas porque comprometedoras do Estado de Direito e da própria democracia. Para além da desconfiança que a crise da justiça gera em nós portugueses é a própria justiça que se ausentou. Mas a justiça tem um rosto e são os Tribunais que desempenham esse papel. Isso acontece sempre os membros de uma colectividade a ele recorrem para declarar o seu direito, dirimir um conflito ou quando os seus direitos de cidadão, personalidade, nome, imagem, integridade física ou moral, estão postos em causa ou em vias disso ( ameaçados). Compete aos magistrados – ministério público e juízes – através de processos instaurados ou mandado instaurar para o efeito, investigar ou mandar investigar (se for caso disso), ouvir as partes e julgar os casos de acordo com os meios provas apurados. E em tempo útil para que a justiça se faça… Em minha opinião, o tempo útil nunca deveria ultrapassar o ano para os processos mais complexos. Não é isso que se verifica, como é público e notório, para usar um expressão tão grata aos jurista e profissionais do foro. Toda a “gente atira bocas”, todos querem ser entrevistados na televisão, na rádio e nos jornais, todos querem ser ídolos… Nada tenho contra isso desde que as razões fossem as melhores. Infelizemente, não é isso que sucede e são mais as piores razões do que as boas . Veja-se as declarações públicas do senhor Procurador-Geral da República – e já agora da senhora Procuradora – Adjunta (chá e simpatia, sorrisos e declarações que ninguém leva a sério nem acredita); O Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça também anda de trás para a frente e transformou-se igualmente num ídolo. O Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Marinho Pinto, é um tratado de três em um: bramindo a espada de bastonário aos advogados contrários às suas “sábias ideias e estratégias”… Não o conseguiram destronar, perdão, destituí-lo do cargo. Com base em tantas suspeitas, fica-se na dúvida de que até ao presente quem estiver com o poder ou encostado a ele ganha sempre!

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