quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Julgamento de Nuremberga-II

Réus , crimes e condenações
Dos 22 chefes nazistas julgados em Nuremberga, apenas um, Martin Bormann, condenado à morte, não esteve no banco dos réus. Dado como morto ou em fuga, foi condenado a revelia. Robert Ley, antigo chefe da Frente de Trabalho da Alemanha, suicidou-se antes do início do julgamento e Alfred Krupp, proprietário das grandes fábricas Krupp, salvo das leis do processo por uma doença providencial.
Todos os outros réus não se consideraram culpados quanto ao libelo de vinte e quarto mil palavras que os acusava de 4 crimes: conspiração, crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a Humanidade. Os julgados foram:
Hermann Wilhelm Goering, 53 anos, antigo chefe da Aviação alemã e sucessor designado por Hitler e seu partidário desde o início, tendo tomado parte no malogrado golpe de Munique em 1923. Como ministro do Interior, interino, da Prússia, em 1933, assinou a primeira lei criando a Gestapo e os campos de concentração naquele Estado. Foi acusado de ser responsável pelo fuzilamento dos homens dos «comandos» aliados e de ter planeado o emprego de trabalho escravo e de ter ordenado o bombardeamento das cidades abertas de Coventry, Varsóvia e Roterdão. Goering foi condenado à morte por enforcamento, mas menos de duas horas antes de subir ao cadafalso ingeriu uma ampola de cianeto de potássio que trazia escondida. Morreu em poucos minutos na própria cela. Goerin foi considerado culpado das 4 acusações que sobre ele impendiam.
Joachim von Ribbentrop, 53 anos, ex-embaixador em Londres, serviu Hitler como ministro dos Negócios Estrangeiros desde 1938 até ao colapso da Alemanha. Foi acusado de participar no extermínio racial, de ordenar o linchamento de aviadores aliados, de ter promovido a subida de Hitler ao Poder dos nazis e de ter aberto o caminho para as sucessivas agressões na Europa. Foi condenado à forca pelos 4 crimes de que era acusado.
Rudolf Hess, de 52 anos, aera adjunto de Hitler e seu adepto do nazismo desde o princípio. Fazia parte do gabinete ministerial da Defesa na véspera das forças alemãs invadirem a Polónia. Esteve a par das agressões contra a Áustria e a Checoslováquia e participou na execução desses ataques. Foi acusado de cumplicidade nas perseguições nazis aos adversários políticos, aos judeus e às diferentes Igrejas. Foi considerado culpado das duas primeiras acusações (conspiração e crimes contra a paz) e condenado a prisão por perpétua.
Hjalmar Schacht, o «feiticeiro» das Finanças, partidário activo dos nazis. Desempenhou um papel importante no vigoroso programa de armamento, utilizando recursos do Reichsbank de que era presidente do conselho de administração desse organismo financeiro, entre 1933 e 1937. Depois foi ministro da Economia de 1936 a 1939. No decurso da sua defesa insistiu que fora inimigo de Hitler e do regime nazi. Foi considerado isento de culpas e absolvido.
Exterminação
Ernest Kaltenbrunner, 43 anos, antigo chefe da Polícia de Segurança e adjunto de Heinrich Himmler, declarou «supor» não ser criminoso. Foi acusado de ordenar a execução de «indesejáveis» políticos e de morticínios em massa de civis nos territórios ocupados da Europa Ocidental e, principalmente, de crimes contra a Humanidade, ligados ao sistema dos campos de concentração. Considerado culpado pelas 3 acusações (conspiração, crimes contra a paz e crimes de guerra), foi condenado à morte por enforcamento.
Julius Streicher, de 61 anos, carrasco número um dos judeus, foi considerado pela acusação de «animal peçonhento e vulgar que manipulou e destribuiu imundos libelos raciais para auxiliar a progressiva e selvagem operação de depuração de raça». Também considerado culpado quanto à quarta acusação (crimes contra a Humanidade), foi condenado à forca.
Hans Frank, 46 anos qualificado como responsável pelas chacinas em grande escala, particularmente de «crimes de guerra contra a Humanidade, na administração de territórios ocupados», condenado à forca pelos 3 últimos crimes.
O marechal Wilhelm Keitel, de 63 anos, antigo chefe do estado-maior da Alemanha, foi julgado criminoso relativamente às 4 acusações, sublinhando-se que, por investigação sua, prisioneiros de guerra russos foram empregados na produção de material militar na Alemanha. Uma ordem de Keitel citado no Tribunal dizia que «por cada soldado alemão morto», de 50 a 100 comunistas deviam ser condenados à morte». Keitel foi condenado à forca.

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