sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Comunidade aldeã

Ciclo de vida

O ciclo de vida daquelas gerações era em média mais curta que o actual. Geralmente, quando as crianças ainda andavam na escola primária, entre os sete e os onze ou doze anos de idade, acontecia morrer um dos avós, quase sempre o avô.
Sucedia, frequentemente, serem os netos a fazer companhia durante a noite a casa das avós, agora viúvas, nos primeiros tempos do luto. Naquela época, os filhos tomavam conta dos pais quando estes iam para a idade (velhice) e as suas capacidades não ofereciam condições de se regerem sozinhos. Os homens, mais dependentes do que as mulheres, eram quem mais beneficiava. Em regra, havendo mais do que um filho, os pais passavam uma temporada em casa de cada um deles, em média um mês.
A morte dos avós traziam sempre alguma dor e era costume os netos andarem com uma fita preta num dos braços, em sinal de luto, durante três meses. Nesse período, os enlutados não deviam ir às festas segundo rezava a tradição. Porém, havia avós que pediam aos netos que quando eles partirem ou chegar a sua hora se divirtam na mesma, gozem a vida: não deixem de ir a festas e a bailes.
Claro que a noção que o sofrimento era mais forte quanto mais próxima era a relação de parentesco com o finado: dos filhos em relação aos pais e a seguir dos netos em relação aos avós. O luto também era por mais tempo.
Às vezes, por doença ou caprichos da vida, o ciclo é interrompido por morte de pessoas bem mais novas.

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