Franz Kafka
Gosto sempre de ler a biografia de um escritor, sobretudo quando o leio pela primeira vez. A sua naturalidade, País e local de nascimento, formação académica e origem social. Seguidamente, o tema ou Obra, às vezes prefaciada por alguém, de forma excessivamente erudita, interminável e chata, parecendo o prefaciador estar mais preocupado consigo do que sobre o autor do livro. Há já um largos anos que li «O Processo» de Franz Kafka, escritor checo, que nasceu em Praga a 3 de Julho de 1883. Foi contemporâneo dos escritores austríacos como Rilke e Thomas Mann. Morreu cedo, aos 41 anos. A mãe provinha de uma família burguesa, instruída e culta. O tio materno, Siegfried Lowy, era médico e o avô da mãe era um homem de formação muito judaica; o pai, cujas relações não eram famosas, um proletário que nunca se esqueceu da sua difícil vida de juventude e a lembrava os filhos disso, estabeleceu-se no comércio (negociante de quinquilharias, artigos da moda, artigos de fantasias…) e foi perito ajuramentado junto dos tribunais.
Kafka, praticamente nunca saiu do sítio onde nasceu – parte antiga da cidade de Praga. Aí estudou, fez o Liceu (de dupla monarquia e o ensino da língua alemã), ao antigo estilo clássico, instalado no Palácio Kinsky, a poucos metros de distância da casa onde a família morava. Talvez que o isolamento de Kafka, e o misterioso ensimesmamento, tenham sido causados pela educação pragmática e abstracta.
Terminado o ensino secundário, opta pela Filosofia, uma escolha a que o seu pai ( Herrmann Kafka) se terá oposto. Pouco tempo depois de ter começado a estudar química passou para a Faculdade de Direito. Com o curso de Direito, fica “saldada a dívida para com os pais”… Por intermédio de um colega de escola, Pribram (cujo pai presidia ao Instituto de Seguros para Acidentes de Trabalho, de que mais tarde Kafka seria funcionário) foi introduzido na alta sociedade de magnatas da industria, professores universitários e de alta nobreza.
O Processo é um romance que conta a história de Josef Kafka, personagem que, no seu 30º aniversário é despertado, não para tomar o café da manhã mas com a voz de prisão. Inicia-se então todo o processo, um pesadelo burocrático, com interrogatórios, salas de espancamentos, cartórios e audiências, sem que vítima saiba alguma vez de que crime é acusado ou a defesa (advogado), o tenha verdadeiramente defendido.
Sobre a bibliografia de Kafka, há várias Obras traduzidas em Português ainda não lidas:
A Metamorfose, Na Colónia Penal, Carta ao Pai, O Castelo, A Grande Muralha da China, Diários 1910-1023, Investigação de Um Cão, Os aviões em Brescia…
Sem comentários:
Enviar um comentário