sexta-feira, 22 de maio de 2009

A geração de 70

I
“A geração de 70”, vulgarmente designada, é o nome porque é conhecido a plêiade de jovens literatos que agitaram com ideias novas, combatendo as velhas, durante a década que decorreu nos anos de 1870 e 1880.Eram jovens de sangue novo e irrequieto que pretendiam demonstrar que a arte e a literatura não eram actividades isoladas e de mera inspiração pessoal como o pretendiam os patriarcas do romantismo. Rejeitavam pois a teoria da arte pela arte, então em voga.
Era urgente proceder a uma revisão crítica, penetrante e impiedosa de todos os valores em que a sociedade da época assentava. “O sistema de governo, os vícios da administração pública, os anacronismos da educação, a principiar pela universitária (…) e a acabar no ensino primário, tão escasso e atrasado neste País constituído por uma massa inerte, em que 90 por cento de analfabetos chafurdava na lama da mais crassa ignorância e da mais lamentável superstição, inconscientes dos seus verdadeiros interesses vitais. Perante um diagnóstico sombrio da sociedade portuguesa, estes jovens, recém-chegados de Coimbra e munidos do seu diploma de bacharel, entendiam que só uma revolução – cultural - podia reerguer a Nação do abismo para onde caminhava.
A importância da forma de intervenção destes jovens – cultural, cívica, social e política – junto da opinião pública e o seu impacto nos destinos da Nação conduziria, num futuro próximo, à queda da monarquia e à proclamação da República. São as famosas Conferências do Casino e o grupo dos cinco: Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro.
Continua…

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