5 Fronteiras de Integração
As Ordenações Afonsinas e as Ordenações Manuelinas separavam dos cristãos os judeus e os mouros, não apenas em demarcação de espaços onde podiam viver (mourarias e judiarias), mas também impedindo-os de usar vestuário cristão, castigando com penas de morte as relações sexuais entre membros de diferentes comunidades religiosas e proibindo os cristãos de se encontrarem a sós com um judeu ou um mouro de sexo oposto. “Infiel” e “sarraceno” eram termos utilizados para descrever os judeus e os mouros.
Os povos africanos não islâmicos eram referidos como “gentios”, “idólatras” ou “feiticeiros”. Os hindus eram referidos como “gentios”, tal como acontecia com os gentios americanos.
A diferença religiosa era condenada de forma mais dura do que a diferença em termos racial.
Antes de 1570, o critério em que os portugueses se baseavam para a aceitação ou exclusão do “outro” não era a raça, era a religião. A partir desta data os portugueses tinham uma experiência em primeira mão das maiores religiões no mundo: o hinduísmo, o budismo, o confucionismo, o tautismo e as religiões indígenas americanas.
Como refre A.J.R. Russel-Wood, por volta dos anos 1500, os portugueses tinham uma compreensão superficial mas baseada no conhecimento directo dos muçulmanos da África Oriental e do mar da Arábia, estabelecendo uma distinção entre “mouros de Meca”, “mouros da Arábia”, ou “mouros brancos”, e “mouros da terra”.
Posteriormente, o termo “gentios” passou a aplicar-se aos hindus, favorecidos pelos portugueses em detrimento dos seus vizinhos muçulmano. O tipo de relacionamento com não cristãos era muitas vezes acompanhado de ambiguidade e ambivalência da parte dos portugueses; porém, o pragmatismo substituiu o preconceito colectivo ou a desconfiança em relação a outros grupos religiosos.
A liberdade de praticar o comércio, a autorização para a construção de uma fortaleza ou o estabelecimento de uma comunidade portuguesa foram considerações determinantes da atitude portuguesa relativamente aos povos indígenas e aos seus governantes.
A presença física lusitana passou por uma multiplicidade de estratégias empregues pelos portugueses para alcançar o grau de aceitabilidade política necessária para essa presença e para empreendimentos de colaboração ou associação.
Conforme os casos, a presença portuguesa devia-se a conquista de cidades ou portos já estabelecidos, como Ceuta, Ormuz, Goa, Macau ou Colombo. No Brasil e em Angola, foi acompanhado de hostilidades contra os povos indígenas. Todavia, a integração portuguesa, na maior parte dos casos, resultou de um negociação com os governantes indígenas. Marrocos, no início do século XV, constituiu um precedente bem sucedido para a prática de senhores tributários, que pagavam a D. Manuel em trigo, cevada e cavalos. A política manuelina assentava no princípio de que “ os inimigos de hoje podiam ser os aliados de amanhã”.
As Ordenações Afonsinas e as Ordenações Manuelinas separavam dos cristãos os judeus e os mouros, não apenas em demarcação de espaços onde podiam viver (mourarias e judiarias), mas também impedindo-os de usar vestuário cristão, castigando com penas de morte as relações sexuais entre membros de diferentes comunidades religiosas e proibindo os cristãos de se encontrarem a sós com um judeu ou um mouro de sexo oposto. “Infiel” e “sarraceno” eram termos utilizados para descrever os judeus e os mouros.
Os povos africanos não islâmicos eram referidos como “gentios”, “idólatras” ou “feiticeiros”. Os hindus eram referidos como “gentios”, tal como acontecia com os gentios americanos.
A diferença religiosa era condenada de forma mais dura do que a diferença em termos racial.
Antes de 1570, o critério em que os portugueses se baseavam para a aceitação ou exclusão do “outro” não era a raça, era a religião. A partir desta data os portugueses tinham uma experiência em primeira mão das maiores religiões no mundo: o hinduísmo, o budismo, o confucionismo, o tautismo e as religiões indígenas americanas.
Como refre A.J.R. Russel-Wood, por volta dos anos 1500, os portugueses tinham uma compreensão superficial mas baseada no conhecimento directo dos muçulmanos da África Oriental e do mar da Arábia, estabelecendo uma distinção entre “mouros de Meca”, “mouros da Arábia”, ou “mouros brancos”, e “mouros da terra”.
Posteriormente, o termo “gentios” passou a aplicar-se aos hindus, favorecidos pelos portugueses em detrimento dos seus vizinhos muçulmano. O tipo de relacionamento com não cristãos era muitas vezes acompanhado de ambiguidade e ambivalência da parte dos portugueses; porém, o pragmatismo substituiu o preconceito colectivo ou a desconfiança em relação a outros grupos religiosos.
A liberdade de praticar o comércio, a autorização para a construção de uma fortaleza ou o estabelecimento de uma comunidade portuguesa foram considerações determinantes da atitude portuguesa relativamente aos povos indígenas e aos seus governantes.
A presença física lusitana passou por uma multiplicidade de estratégias empregues pelos portugueses para alcançar o grau de aceitabilidade política necessária para essa presença e para empreendimentos de colaboração ou associação.
Conforme os casos, a presença portuguesa devia-se a conquista de cidades ou portos já estabelecidos, como Ceuta, Ormuz, Goa, Macau ou Colombo. No Brasil e em Angola, foi acompanhado de hostilidades contra os povos indígenas. Todavia, a integração portuguesa, na maior parte dos casos, resultou de um negociação com os governantes indígenas. Marrocos, no início do século XV, constituiu um precedente bem sucedido para a prática de senhores tributários, que pagavam a D. Manuel em trigo, cevada e cavalos. A política manuelina assentava no princípio de que “ os inimigos de hoje podiam ser os aliados de amanhã”.